Você ja fez uma boa ação hoje?

Responsável:

domingo, 2 de janeiro de 2011

Correndo para salvar a própria vida

Os Greyhounds são animais nobres e dóceis, com uma linhagem vinda desde o tempo dos faraós. No entanto, aqueles usados em corridas são considerados como mercadoria e não como animais de estimação. Em um momento eles são vistos como criaturas vigorosas correndo ao redor de uma pista atrás de uma lebre artificial, e num piscar de olhos sua vida útil está acabada. Um Greyhound gasta poucos minutos na pista durante uma corrida, mas ele passa muitas horas da sua vida confinado em uma cela apertada.
Milhares de Greyhounds são mortos todos os anos – alguns em nome da melhoria genética – antes mesmo de chegarem às pistas. A criação é feita em massa e somente um pequeno número chega a correr, os excedentes são mortos. Poucos cães chegam à aposentadoria aos 4 ou 5 anos, muitos morrem de lesões e doenças. Aqueles que sobrevivem mais tempo por causa do seu desempenho nas pistas, podem ser mortos ou vendidos a laboratórios no final da sua curta carreira e somente uma minoria consegue ir para lares com a ajuda de grupos de proteção.
Para se ter uma idéia da dimensão deste problema, podemos encontrar uma enorme quantidade de pistas oficiais onde a aposta é a principal atração: 73 pistas nos Estados Unidos, 104 na Austrália e Nova Zelândia, 39 na Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales), 24 na Irlanda, além das pistas existentes em diversos países como a Dinamarca, Alemanha, Holanda, Suécia, México, China, Coréia do Sul, Vietnam, dentre outros. Irlanda, EUA, Austrália e outros acabam usando países do terceiro mundo como “lixeira” para os cães que não servem mais para suas pistas.

Muitos proprietários consideram seus cães como um investimento momentâneo, e o tratamento que dispensam a eles visa apenas o bom desempenho na pista, não importando sua saúde a longo prazo. Até mesmo o mais rápido corre por apenas poucos anos e deve ser lucrativo o suficiente para compensar o custo de sua habitação e alimentação. A pressão para gerar lucro pode levar a negligência de cuidados. Grupos de adoção frequentemente recebem cães em estado deplorável.
Para reduzir os custos, os cães são alimentados com a carne mais barata que estiver disponível. A qualidade da assistência veterinária também fica comprometida por questões financeiras. Devido à falta de tratamentos preventivos, os Greyhounds ficam sujeitos aos mais diferentes tipos de problemas de saúde: tosse dos canis, contaminação por parasitas, choque devido ao calor, ataque cardíaco, subnutrição, desidratação, problemas de dentição, dentre outras doenças.
Como as corridas dependem das apostas, existe sempre o risco que a integridade das corridas seja comprometida pelo doping. São usados estimulantes, sedativos, anabolizantes, analgésicos e até mesmo cocaína, todos com o intuito de melhorar ou diminuir as performances dos cães. Muitas vezes interessa ao proprietário forjar um mau corredor, pois seu cão vai competir com outros mais lentos e poderá vencer a próxima corrida com tranqüilidade.
A quantidade de Greyhounds acidentados gravemente durante as corridas é impressionante, sendo comuns casos de patas, pescoço e de coluna quebrados. Mais de 80% das lesões ocorridas durante uma corrida são consideradas graves, críticas ou fatais. Há casos de cães que foram encaminhados para eutanásia logo após uma apresentação. Quando adoecem ou ficam demasiado machucados para participar de uma corrida, os Greyhounds são utilizados como reprodutores, vendidos para laboratórios de experimentação, enviados para pistas de corridas de países subdesenvolvidos, abandonados ou mesmo mortos. As maneiras de se exterminar um Greyhound são muitas: tiro, eutanásia, eletrocução, abandono, fome, pancadas, enforcamento, afogamento e outras. A crueldade contra estes pobres animais não tem limite.
Muitas organizações de proteção tentam conseguir adoções para os Greyhounds aposentados. A diferença entre a quantidade de Greyhounds mortos no final da carreira para os que conseguem adoção é assustadora. Muitos lutam pelo fim das corridas com apostas, outros por melhores condições para os cães de carreira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário